Passa...
Eu passo de novo por essa rua
talvez pela última vez
tudo passa tão rápido
Todos os detalhes aqui tão guardados
e ao mesmo tempo distantes
pra mim são como ontem
mas estiveram naquela primeira vez
em que descobri o seu nome
que depois eu chamei
e xinguei, odiei
e fingi esquecer
Bebendo naquele bar
que já fechou
com aquele grupo de amigos
dos quais metade não sei mais onde estão
E aquele filhote de cachorro fofinho
que sempre lembrava sua dona passear na praça
Já cresceu e perdeu a graça
Me encantei e desencantei tanto
ouvi músicas de tantos estilos
conversei com galeras de várias tribos
e voltei pra esta casa, nessa rua que era minha
a empacotar pedaços de uma vida
que talvez nem mude tanto assim, de uma hora pra outra
mais que se torna a cada dia, de maneira tão sutil
um novo universo inteiro, ao meu redor
e eu nem sei se pertenço mais
a algo, a alguém, ou a algum lugar
nem sei se pertenço mais
a mim