SAUDADE (Poema Para Basilissa N. 1.654)
(Sócrates Di Lima)
Rosa saudade que distante estais,
Manda-me um galho de alecrim,
Para que eu não me esqueça jamais,
Do amor que Por sorte, deixais em mim.
Minha-rosa-louca,
Que do mel minha alma adocica,
Que deixa minha saudade nunca pouca,
De tanto gritar, ela rouca fica.
Rosa coração-de -homem,
Crivada de seiva da antociamina,
Adrenalinas que minhas saudades consomem,
Saudade do amor que nunca termina.
Rosa da minha esperança,
Longe de mim desfolha flores,
Deixais uma pétala como lembrança,
Banhada do cio dos seus licores.
E quando a tarde espelha minha luz,
Levando os raios de um querer tão terno,
Seus olhos azuis o crepúsculo reproduz,
Marcando esse amor num "B" eterno.
Saudade que me faz rebelde,
Manda-me o cravo do sangue a cor,
Embriagando-me no cálice que esta saudade pede,
Trazendo-me desejos tantos de amor.
Tua saudade que viaja por naus distantes,
Há de sempre se lembrar do amor que teve,
Cessando as saudades viajantes,
Mantendo a força da qual o amor se atreve.
Então, por onde esta saudade vaga,
Lembrança de mim carrega,
Loucura de amor em devaneios traga,
Nos lábios o vinho que a língua esfrega.
Vem saudade num cavalgar celeste,
Nas asas de Pégasus na branca nuvem,
Encher minha alma que a poesia veste,
E extravasar o amor que na saudade vem.
Saudade de Basilissa,
A mulher que meu coração não esquece,
Dona de um sorriso que me enfeitiça,
Mas que pela minha loucura, só a saudade amanhece.