Despido
Despedi-me de você.
E dos meus sonhos impossíveis.
A verdade veio como as ondas do mar.
No seu balançar solene e suave
fomos tão breves e insensíveis.
Eu estava desprovido de todo amor
que um dia senti ao te amar.
E onde estão as horas marcadas
pelo que as nossas emoções
fizeram-nos sentir?
O que te fez me esquecer e mentir?
Dizer a si mesma que já não me amava?
Tentou ludibriar com ações indesejadas.
Nas ausências enfadadas das palavras.
Amou mais seu ego do que a si mesma.
Esqueceu da lenha queimando na lareira.
Do bombom que coloquei em sua boca.
Do sorriso de felicidade em teu rosto.
E do gosto do beijo cheio de licor e chocolate
e nossos labios.
Sei que às vezes vem forte a saudade.
E antes que isso aconteça você se debate
Pensando que pode ignorar nós dois.
E tudo cairá no esquecimento mais tarde.
Vejo-me assim sem você.
Despido da eminência consternadora.
Arrelio de uma tristeza avassaladora.
Domínio promiscuo acelerado do meu ser.
Pois o que restou da minha alma
Foram flashes, pedaços incinerados
pela chama do amor ao te querer.