Despido

Despedi-me de você.

E dos meus sonhos impossíveis.

A verdade veio como as ondas do mar.

No seu balançar solene e suave

fomos tão breves e insensíveis.

Eu estava desprovido de todo amor

que um dia senti ao te amar.

E onde estão as horas marcadas

pelo que as nossas emoções

fizeram-nos sentir?

O que te fez me esquecer e mentir?

Dizer a si mesma que já não me amava?

Tentou ludibriar com ações indesejadas.

Nas ausências enfadadas das palavras.

Amou mais seu ego do que a si mesma.

Esqueceu da lenha queimando na lareira.

Do bombom que coloquei em sua boca.

Do sorriso de felicidade em teu rosto.

E do gosto do beijo cheio de licor e chocolate

e nossos labios.

Sei que às vezes vem forte a saudade.

E antes que isso aconteça você se debate

Pensando que pode ignorar nós dois.

E tudo cairá no esquecimento mais tarde.

Vejo-me assim sem você.

Despido da eminência consternadora.

Arrelio de uma tristeza avassaladora.

Domínio promiscuo acelerado do meu ser.

Pois o que restou da minha alma

Foram flashes, pedaços incinerados

pela chama do amor ao te querer.

Renato Rodrigues
Enviado por Renato Rodrigues em 02/11/2011
Código do texto: T3313979
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