DO LADO DE CÁ DO ARCO-ÍRIS
(Sócrates Di Lima)

Nas pedras da saudade tua,
Os pés da minha alma pisa,
Às sombras do Sol e da Lua,
Caminho ao relento e sem tua camisa.

Vestes do meu corpo Despido,
Da presença que teu coração me faz,
Sinto meu desejo vestido,
Do amor que a cada dia se refaz.

E tua saudade me mata,
Me toma nos braços da noite,
E o vento que sopra da mata,
Bate em mim feito um açoite.

Melhor seria esta saudade,
Do que a presença da amada?
Por certo não seria realidade,
Esperar, esperar sem dizer nada.

E confesso que eu não troco,
Tu, minha deusa mulher,
Por esta saudade e sufoco,
Que de mim faz o que quer.

Doces criaturas dos céus,
Anjos que me acendem ao anoitecer,
E cobre-me com seus véus,
Da saudade que vem me enternecer.

E por desejo de minha alma inquieta,
Resisto ao choro do peito vazio,
Onde tudo se acomodou num refugio,
No coração de amor deste poeta.

Mais vale a presença do teu corpo em mim,
Do que esta saudade que me escandaliza,
Mas por certo terei que resistir até o fim,
Ematar esta saudade na tua brisa.

E, por que demoras tanto?
Se é tanto o amor que te espera,
Minha amada Basilissa não tenho pranto,
Pra saciar a minha sede tua, que rosna feito fera.

E porquanto, te espera meu coração,
A cada desperta que desortina minha íris,
Olho á distância linear do corpo em epupção,
Do lado de cá do arco-íris.





 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 12/08/2011
Reeditado em 12/08/2011
Código do texto: T3156037
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