Ai, que saudade do mar!

Não se avexe comigo

vou-me embora ver o mar.

Aqui não escuto a onda,

teimosa, vindo quebrar

também não tem como o branco

da espuma clara de lá

nem cheiro de maresia,

nem conchas pra se brincar

aqui não crescem as algas

cabelos de Iemanjá...

E a água que aqui me banha

com doce delicadeza

não pode me batizar

pois o batismo carece

do sal da água do mar.

Deita, suavemente,

o sol a se por no mar

espelho dourado e quente

anunciando que a lua

não tarda em querer chegar.

É ela quem traz as pratas

quem espalha, cuidadosa,

as luzes que brilham lá.

Não se avexe comigo

eu vou para logo voltar.

“Eu vou matar a saudade

antes d’ela me matar.”

Jane

05/05/2011

Jane Simões
Enviado por Jane Simões em 17/07/2011
Código do texto: T3101653
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