Ai, que saudade do mar!
Não se avexe comigo
vou-me embora ver o mar.
Aqui não escuto a onda,
teimosa, vindo quebrar
também não tem como o branco
da espuma clara de lá
nem cheiro de maresia,
nem conchas pra se brincar
aqui não crescem as algas
cabelos de Iemanjá...
E a água que aqui me banha
com doce delicadeza
não pode me batizar
pois o batismo carece
do sal da água do mar.
Deita, suavemente,
o sol a se por no mar
espelho dourado e quente
anunciando que a lua
não tarda em querer chegar.
É ela quem traz as pratas
quem espalha, cuidadosa,
as luzes que brilham lá.
Não se avexe comigo
eu vou para logo voltar.
“Eu vou matar a saudade
antes d’ela me matar.”
Jane
05/05/2011