LAMÚRIAS

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Sinto saudades dos tempos que não vivi...
Dos amores que abortados foram
Pela insensatez de uma alma insana.
Sinto saudades dos toques nunca dados,
Dos afagos nunca sentidos,
Da boca que sequiosa nasceu e desfaleceu na espera.
Sinto saudades das madrugadas frias...
Que mesmo em pensamento sentia suas mão
A aquecer minh'alma.
Sinto saudades da avidez dos seus lábios,
Que astutos faziam-se algoz
Deixando-me absorto em utopias fatigantes.

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