INTEGRAÇÃO

09.02.94.

Me foste por quatro horas

Nova versão, nítida projeção

Um novo suspiro

Novo sorriso

Foi como encontrar

Na vasta milha do Universo

No mistério de teu ar risonho

Na realeza de teus passos tímidos

Toda a prática salubre de amor

Quem sabe aventura melhor

Que arrojar um coração

Dos cumes gelados

No fervor da cratera do vulcão

Dormir também é sonhar...

De maneira conflitante

Tornou-se esse meu medo de te perder de vista

Teus passos nessas ruas da capital

Cidade que acomoda mortais

Cidade que incomoda o cais

Cidade que comporta rituais

Na vastidão dos dias

Quando julgava nunca ter imaginado e

Já te sabia

No íntimo, lá pelas tantas horas

Nesses meus poucos desejares

Hoje é o tempo

Eu sei disso

É o tempo que limita a expansão

Dos lugares que ouso ocupar

Amanhã

O relento, o clarão fosforescente

Imitarão meu ímpeto

De chorar entre as pedras

Quando chega o Sol e

Apagam-se essas luzes artificiais...

Como se pôr coerente

Com tua imagem na mente?

Transcende como um beliscar

Um lampejo na cara de quem quer dormir

Uma luz no fim

Uma única possibilidade: você

Aliás, falando nisso, cadê você?

(numa metrópole como essa, passamos uma vida toda cruzando com novas pessoas pelas ruas, raramente ocorrem reencontros; de certa forma, melhor que seja assim)

Marcelo Braga
Enviado por Marcelo Braga em 20/05/2011
Reeditado em 28/07/2012
Código do texto: T2982646
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.