Saudade da minha mãe
Eu te vi, mãe,
fazer feijão com arroz,
costurar minha roupa
e pernoitar, chorando,
enquanto eu não chegava;
e foi sua dedicação
que me deu segurança
e me criou.
Eu te vi, por fim,
entrar na cova rasa
e sumir na terra preta
que os coveiros te cobriram.
Já tinha chorado antes
e agradecido, antecipadamente.
Por isso, mãe, não consegui chorar
e só te agradeci
o que te devo eternamente:
A vida que me destes!