Aquela casa

Aquela é a casa que quando criança eu brincava.

Não foram poucas às vezes que para as suas paredes

eu me punha a confessar,

meus segredos de menina,

meus suspiros e devaneios

que um dia senti a dor levar.

Esta é a janela que em noites estreladas

eu as olhava, fazendo planos para quando meu caminho fosse seguir.

Esta é a porta que agüentou as minhas fúrias

quando o fulgor da adolescência meus olhos ofuscou.

Olho para este lago que tanto me refrescava

quando no verão o calor do sol me fustigava.

E hoje após tantos anos, para esta casa eu retorno

com a face marcada pelas desventuras da vida.

Nos olhos trago a tristeza de uma existência corroída.

E hoje eu choro ao encontrá-la assim tão vazia,

mas, também o que eu queria, pois, abandonei

aqueles que a preenchiam.

Ó casa quantas lembranças estão guardadas em ti

quantos risos, quantos choros, quanta saudade...

quero te dizer ó casa que o mundo deu voltas

para que eu reconhecesse a minha ignorância

pois, busquei um mundo que se empenhou em ver o meu fim

e agora sei que o meu mundo sempre esteve aqui

e vejo para o meu desespero que eles não esperarão por mim.

Lana Fey
Enviado por Lana Fey em 15/01/2011
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