ombro amigo
diante de tanta verdade
sobrou um terrível castigo
não era avançada a idade
nem era iminente o perigo
mas o que fazer da saudade?
mantê-la escondida no abrigo,
minar-lhe a expressividade,
tingir-lhe a cor do vestido?
ou ir de cidade em cidade
buscando-lhe um novo sentido?
provar-lhe a intensidade
depois de dizer: “eu não ligo”?
ou satisfazer-lhe a vontade:
chorar no seu ombro amigo?