CHORA POETA
Chora poeta tua dor sofrida lavada de lágrimas,
Lágrimas doridas, mais do que, amarguradas.
A dor do poeta doído desaba em versos,
Canta letras da fossa que sente, sufocado.
Tenta descobrir o motivo da mágoa e deságua
Feito as águas do rio que correm para o mar.
Atravessa obstáculos, chacoalha, chacoalha,
Derruba, derrama força por onde passa. Chora
Em forma de letras para não machucar,
Senão vira enxurrada que a tudo acaba.
O poeta recolhe suas mágoas, enxuga lágrimas
Em forma de versos, desabafa para não chorar.
Se chorar, cria para não se deprimir, desarvorar-se.
Fay Melo
SSa, 04 /12/ 2010