Saudade
A saudade passou por mim,
Dizendo que aqui não era seu destino.
Que veio de passagem,
Mas iria ficar
Enquanto eu não a matasse.
Ô saudade matreira
Ô saudade malvada.
Veio de mansinho
E já fez sua morada.
Pois fique minha querida,
Sinta-se à vontade,
Um dia vais embora,
Seja mais cedo ou mais tarde.
E ela foi tinhosa,
E com o tempo foi crescendo
Foi ficando grandiosa
E eu achando que estava morrendo.
E resolvi, já sei o que eu faço.
A matarei com um abraço.
Venha cá, tu, que eu amo,
E me envolva em teus braços.
E pude notar-lhe um sorriso,
Sincero, de felicidade.
Deixando a mim um recado,
Matar-me não é uma maldade.
Foi bom pra mim e pra ti
Mergulhe nesse abraço
E não mais a deixe partir.
Seguirei meu caminho
Visitando do servo ao rei.
Se um dia ficares só
No outro eu voltarei