Saudade

A saudade passou por mim,

Dizendo que aqui não era seu destino.

Que veio de passagem,

Mas iria ficar

Enquanto eu não a matasse.

Ô saudade matreira

Ô saudade malvada.

Veio de mansinho

E já fez sua morada.

Pois fique minha querida,

Sinta-se à vontade,

Um dia vais embora,

Seja mais cedo ou mais tarde.

E ela foi tinhosa,

E com o tempo foi crescendo

Foi ficando grandiosa

E eu achando que estava morrendo.

E resolvi, já sei o que eu faço.

A matarei com um abraço.

Venha cá, tu, que eu amo,

E me envolva em teus braços.

E pude notar-lhe um sorriso,

Sincero, de felicidade.

Deixando a mim um recado,

Matar-me não é uma maldade.

Foi bom pra mim e pra ti

Mergulhe nesse abraço

E não mais a deixe partir.

Seguirei meu caminho

Visitando do servo ao rei.

Se um dia ficares só

No outro eu voltarei

Cadim Martins
Enviado por Cadim Martins em 29/11/2010
Código do texto: T2643420