Poema - Veredas
e logo na escrivaninha
aquele papel invertido
acusa a caneta na linha
desse verso misturado
portanto uma cadeira
deixa um corpo calado
com sua mão na beira
desse bilhete apagado
então essa lâmpada
traz no olho fechado
aquela cabeça soada
num ponto finalizado
nessa gaveta aberta
esse livro esquecido
está na alma coberta
do ferimento deixado
e numa sala vazia
um objeto largado
naquela boca fria
tem o som abafado
nessa porta de espera
um caminho trancado
exibe na ideia a esfera
daquele poema retido
De Marcondes Schifter
Poeta & Jornalista