Entardecer
Ouve minha voz de canto embargada,
suplico que não me mates em ti jamais
pois meu germem do lirismo vive ainda
contigo matrimônio inventado na Paz!
Entardeço, a solidão me leva esvaindo
e vou feliz feito uma criança amparada
por teu coração futurecido se abrindo
nos brotos aromados da nova aurora!
Não me mates que nunca te deixarei
o oco da ausência por mais de um dia,
em ti,feito débil entardecer morrerei
par’outra vez ressuscitar em alegria!
Tantas vezes morri,da morte ressurgi,
como tu,que dos látegos se fez florir
e do imprevisível instante sem porvir,
tudo se remodelou na graça, espargi!
Para sonhar-te colorido em meus tons,
na mádida frescura no término do dia,
no palor da fímbria dos instintos bons,
deixa viver o meu canto em nostalgia!
Santos-SP-30/08/2006