Nau partida.
Tenho direito à saudade,
como a tudo que o poeta descreve e esconde.
Busco a margem, o seco e o desmonte
de um barco que ficou pela metade!
Tenho direito a querer e a insultar a beleza,
vangloriar a chegada e o envolvimento.
Desde o olhar menino de atrevimento
até o desnude de minha paixão.
Eu tinha o direito de amar,
desmesurado sentimento que lhe confiei.
Alma infiel que se compraz em minha dor causar,
atiro à pedras e devolvo ao mar
sem a nau que nos protegia, o céu que nos emoldurava,
colhe seus frutos, amargos e sem vida.
Responde seus atos, sua rebeldia,
diante de tudo que lhe oferecí um dia.
Beijos,
Anjo.