Nau partida.

Tenho direito à saudade,

como a tudo que o poeta descreve e esconde.

Busco a margem, o seco e o desmonte

de um barco que ficou pela metade!

Tenho direito a querer e a insultar a beleza,

vangloriar a chegada e o envolvimento.

Desde o olhar menino de atrevimento

até o desnude de minha paixão.

Eu tinha o direito de amar,

desmesurado sentimento que lhe confiei.

Alma infiel que se compraz em minha dor causar,

atiro à pedras e devolvo ao mar

sem a nau que nos protegia, o céu que nos emoldurava,

colhe seus frutos, amargos e sem vida.

Responde seus atos, sua rebeldia,

diante de tudo que lhe oferecí um dia.

Beijos,

Anjo.

Cristiane Maria
Enviado por Cristiane Maria em 27/05/2010
Código do texto: T2283427
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