Ao Amor que Nunca pude VIver

vejo a luz que reflete o meu espelho,

rosas jogadas e um jardim sem fim.

as pétalas murchas,

os galhos secos…

teu desepero,

tua sombra que a luz invade.

olhe aquela foto que te faz sorrir.

Ou lembre da história que te contei ontem,

E muitas vezes antes,

sobre você e mim…

Ainda tenho aquele papel rasgado,

que você escreveu no impulso do momento,

alguns vãs juramentos.

Que seriam eternos naquele instante,

era como se o segundo seguinte nunca chegasse

Só para que nós tocássemos o sonho,

ou pelo menos acreditássemos

que por um segundo que fosse

o mundo era perfeito.

nós deitados aos risos

sobre o leito de nossa alegria.

É como se nada existisse a não ser eu e você,

o mar, a flores…

Todas as cores do mundo,

e só o seu brilho e seu perfume.

E como se eu voasse por um mar de nuvens,

pregadas no chão de nosso pés.

e nossos lábios fossem doces,

como os mais saborosos frutos…

Ainda lembro do que te contei ontem,

de como era belo sorrir teu riso,

e enxurgar teus prantos,

te pegar aos braços,

e te dizer baxinho ao ouvido que te amo.

Brincar de te dar estrelas,

pensando assim,

acho que o céu todo te pertence…

As vezes eu ficava sério e em silêncio,

temendo que a imperfeição do tempo

destruísse nossos sonhos,

quería guardar aqueles momentos para sempre,

para quando voce fugisse de mim,

eu te encontrasse.

nem que fosse em meus sonhos.

Ainda lembro do teu olhar,

do teu riso, daquele perfume suave,

do rosto corado de rosa…

dos nossos planos,

das nossas brigas que acabavam em risos…

Você era tudo o que eu precisava para ser feliz,

e mais nada importava,

nem a chuva, os ventos, a morte…

Você era a força que me movia,

o ar que eu respirava…

Talvez a doce mentira que eu acreditava,

mas que me fazia vivo.

Eu era seu amigo, confidente…

Eu era sua sombra somente

Vivia calado ao medo do meu amor

Enquanto seu mundo era coberto por flores

Que eu lançava,

O silêncio me condenava,

Ao fim trágico que um dia eu teria.

Talvez se a morte conhecesse o amor,

Não me mataria assim,

Na tortura da tua ausência,

Apagando a tua imagem de inocência,

colocando no lugar

O rosto gelado, o sorriso apagado,

as mãos imóveis e os lábios trancafiados

que só pude beijar em sonhos.