SINOS
Começam os toques dos sinos,
Seus timbres gostosos de se ouvir...
E eu pendurado na altitude dos anos,
Penso nos dias, nas horas e porquês...
Zinabres e badaladas em seus devaneios,
Envelhecem-me e envaidecem-me a alma.
Poderoso estrondo uníssono e tão cortante,
Que penetra nas batidas do meu coração.
Já vi que você é um instrumento dos céus,
Fazendo sentir-me um anjo total e eterno.
Assim te ouço, pois sei que você é tocado
Pelos mortos que um dia me pertenceram.
Quando pego carona contigo,
Eu vou muito além! No infinito...
Soltando o meu corpo e viajando com seu som,
Rumo a um espaço envolvente e desconhecido.
Assim, eu morro feliz um dia qualquer,
Sabendo que você então me levará
Para um lindo mundo de plena paz,
Onde a sua música será o eterno
Embalo do meu sono de sonhos.
Eduardo Eugênio Batista.