meus balangandãs
carrego comigo minhas tralhas
que não me atrapalhariam
apenas reduziriam
a minha distância de mim
seriam talvez algo assim
como meus balangandãs
dos quais não consigo dizer
que posso me desfazer
porque todos têm minha face
e em todos o meu desenlace
se faz no horizonte perdido
se tenho na vida sofrido
as marcas carrego comigo
se tenho da vida zombado
não posso deixar no passado
aquilo que já me marcou
não posso dizer pra onde vou
mas sei que consigo chegar
é só não deixar de levar
comigo meus balangandãs
é só não deixar de querer
que surja um outro amanhã
e só não deixar de esquecer
que sigo nos braços do tempo
de quem peço mais um momento
pra só ver a vida passar
se a ilusão permitir...
Rio, 02/03/2009