Ansiedade

Doc’ansiedade que perfura o casulo e aflora,

traz todas as vozes do cosmos ao meu peito,

invoca o florescer da alma, ao céu se mistura,

germes puros alando ao sentimento perfeito!

Uma voz que vai e volta à alma que adormece

entremeando n’universo tanto desejo soluçado

na prece liberta, suspirada e muda como fosse

o sacro cântico de Deus acalentando o mundo!

Oh ansiedade bendita, esparge nos céus emares,

põe melodias entre os espaços d’inebriamentos,

jorro de bênçãos na rosa e carne, fazendo pares

através das estrondosas asas abertas dos sonhos

fertiliza místicos abismos d’esplêndida esperança

eterna, que dura enquanto na fé a alma descansa,

florescendo na ansiedade seus etéreos caminhos!

Santos-SP-08/08/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 09/08/2006
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