Viandante do destino
Por onde minha veneta viageira me guiou fui,
levo os genes do assanhado vento vagabundo,
que não me deixa inércia pois ela não flui,
não treme, cores não agita,objetivo absurdo!
Oh, se eu pudesse ser do vento que perambula!
repeteco trivial que não ensina sequer a andar;
juízo me falta, quero todo o perfume que exala
o palor do crepúsculo, custe o dano que custar!
A liberdade em sua fragrância me vicia a alma,
murmurante como as vagas do mar aventureiro,
hipnotizado pela fímbria ruiva cuja voz chama
ao desbravar estranho e depois amansa ligeiro!
Nada levam minhas mãos, exceto a expectativa
de decolar e aterrissar tal caçador que se caça;
trazem alegria inesperada no bojo da noite alva
que nunca adormece e nos sonhos se esperança!
Feita de muitas almas,a saudade sempre me toca,
peregrinando sem ontem e hoje, o futuro me guia
nessa morna solidão que enche e também esvazia,
mas terna aventura domina,devora e me desloca!
Santos-SP-08/08/2006