estradinha de terra

à Viviane Rezende

o chão batido

a gente caminhando por ela

que bom se não tivesse fim

e que a gente andasse assim

também indefinidamente

in! definitiva! mente!

olhando o céu simplesmente

deixando a lua chegar

se o sol estivesse a queimar,

um boné sobre a cabeça,

que o que for de bom aconteça

se a chuva viesse a cair,

que o nosso rosto molhasse

e que ninguém duvidasse

da nossa breve existência,

nossa estradinha de terra

sempre o nosso conforto

o nosso jeito meio torto

de acharmos a felicidade

de acharmos que a saudade

seria só uma lembrança

e não essa amarga herança

de tudo o que não sabemos

mas que está com a gente e não temos

um jeito de não carregar

a nossa estradinha de terra...

o sonho em primeiro lugar

pra quê querer se preocupar

onde que ela vai dar?

pra quê querer conferir

se é grande a sua extensão...?

Rio, 07/01/2010

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 28/01/2010
Reeditado em 28/01/2010
Código do texto: T2055447
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