estradinha de terra
à Viviane Rezende
o chão batido
a gente caminhando por ela
que bom se não tivesse fim
e que a gente andasse assim
também indefinidamente
in! definitiva! mente!
olhando o céu simplesmente
deixando a lua chegar
se o sol estivesse a queimar,
um boné sobre a cabeça,
que o que for de bom aconteça
se a chuva viesse a cair,
que o nosso rosto molhasse
e que ninguém duvidasse
da nossa breve existência,
nossa estradinha de terra
sempre o nosso conforto
o nosso jeito meio torto
de acharmos a felicidade
de acharmos que a saudade
seria só uma lembrança
e não essa amarga herança
de tudo o que não sabemos
mas que está com a gente e não temos
um jeito de não carregar
a nossa estradinha de terra...
o sonho em primeiro lugar
pra quê querer se preocupar
onde que ela vai dar?
pra quê querer conferir
se é grande a sua extensão...?
Rio, 07/01/2010