FIM DE TARDE
FIM DE TARDE
Após o por do sol
Deitado no chão
De costas na grama
Com o universo na mão
Andarilho de olhar advento
Contemplado o infinito
Tornei-me nômade
Navegando ao relento
A lua pelo meio quarto crescente
Meio São Jorge meio cavalo
Pareciam valetes
Correndo e correndo
Por entre as nuvens
Nos intervalos
Corria e corria
Empurradas pelo vento
Somente as nuvens
É quem se movia.
Aves noturnas em bando
Também flutuantes
Passavam ligeiras
A buscar seus petiscos
Nos banhados distantes
Sem compromisso
No meio do nada
Perdido no tempo
Também eu corria.
A brincar com as estilas
Que aos poucos surgia
Estendido no chão
Em um transe profundo
Embarcado na história
Dei a volta no mundo
Voltando a razão
Tudo consumado
Percebi que sonhara
Com meu distante passado