FIM DE TARDE

FIM DE TARDE

Após o por do sol

Deitado no chão

De costas na grama

Com o universo na mão

Andarilho de olhar advento

Contemplado o infinito

Tornei-me nômade

Navegando ao relento

A lua pelo meio quarto crescente

Meio São Jorge meio cavalo

Pareciam valetes

Correndo e correndo

Por entre as nuvens

Nos intervalos

Corria e corria

Empurradas pelo vento

Somente as nuvens

É quem se movia.

Aves noturnas em bando

Também flutuantes

Passavam ligeiras

A buscar seus petiscos

Nos banhados distantes

Sem compromisso

No meio do nada

Perdido no tempo

Também eu corria.

A brincar com as estilas

Que aos poucos surgia

Estendido no chão

Em um transe profundo

Embarcado na história

Dei a volta no mundo

Voltando a razão

Tudo consumado

Percebi que sonhara

Com meu distante passado

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 19/12/2009
Reeditado em 22/06/2014
Código do texto: T1985540
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