MENINO DE ENGENHO

MENINO DE ENGENHO

Quanta saudade agora

Eu tenho

Das geladas noites

De outrora

Tangendo bois no engenho

Ainda uma criança

Nas madrugadas geladas

Calças curtas pernas desnudas

No frio que assoviava

Circulando sem parar

Movendo sua almanjarra

Extraindo o caldo da cana

Nas moendas se esmagando

Na imensa escuridão

O infinito contemplando

Por milhões de estrelas bordado

Imaginando... Quão bela criação.

Sem poder me aquecer

Sorvendo com meu olhar

As fornalhas ardentes

As taxas borbulhando sem parar

Cheias da garapa quente

No raiar da aurora

Começava espalhar

O cheiro delicioso

Do melado que se apurava

Transformando em rapadura

Batida e puxa-puxa

Produto tão saboroso

Adoçando a vida dura

DEDICO ESTE SINGELO POEMA AO GRANDE AMIGO IRATIENSE JOEL GOMESTEIXEIRA.

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 17/11/2009
Reeditado em 17/11/2009
Código do texto: T1927989
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