MENINO DE ENGENHO
MENINO DE ENGENHO
Quanta saudade agora
Eu tenho
Das geladas noites
De outrora
Tangendo bois no engenho
Ainda uma criança
Nas madrugadas geladas
Calças curtas pernas desnudas
No frio que assoviava
Circulando sem parar
Movendo sua almanjarra
Extraindo o caldo da cana
Nas moendas se esmagando
Na imensa escuridão
O infinito contemplando
Por milhões de estrelas bordado
Imaginando... Quão bela criação.
Sem poder me aquecer
Sorvendo com meu olhar
As fornalhas ardentes
As taxas borbulhando sem parar
Cheias da garapa quente
No raiar da aurora
Começava espalhar
O cheiro delicioso
Do melado que se apurava
Transformando em rapadura
Batida e puxa-puxa
Produto tão saboroso
Adoçando a vida dura
DEDICO ESTE SINGELO POEMA AO GRANDE AMIGO IRATIENSE JOEL GOMESTEIXEIRA.