Desespero...
Tanta teoria não me faz melhor,
mulher, competente pra chorar mais...
Estranho minha razão ser maior,
no ápice da minha felicidade!
E, de tanta, sou triste!
Tenho saudades da face lacrimosa,
do soluço surdo da incompreensão...
da pergunta impertinente e da poesia...
Não sou anjo e me sinto mais mortal,
vulgar, pesarosa daquilo que é alegre e leve...
eu desconheço tanto sorriso sincero,
não quero voar e cair... quero o chão!
Inflexível, fraca e pálida,
foi mesmo a vida que quis assim?
me sinto tão longe de casa, da alma, do suor,
me falta a seiva de viver...
O piscar do meu olhar na noite,
meus sussuros e tremores carnais,
tão distante, tão eu, tanta reticência,
em que espelho perdido ficou meu lampejar?
Vacilo, ora sim, ora não,
estou com saudades de mim,
reencontrar-me num suspiro e me despedir,
pra readentrar no meu coração.