Infância
Infância de brincadeira,
de bola e peteca,
onde não tinha menina,
pra não ter problema,
mas também não era solução,
porque não havia o corpo da paixão.
Infância bem dita,
talvez, em determinados momentos,
mal dita,
mas foi assim,
correndo, e pulando,
fazendo amigos e lembrança
não é ressentimento,
mas sim complemento.
e esperança.
Brincadeiras de todos os tipos,
do papagaio, à bola,
eu não era bom, mas jogava,
enrolava,
mas ganhava.
Brincava,
sorria,
voltava pra casa cansado,
dormia aliviado.
Assim, era o dia, todo dia,
bem curtido, sem trabalho,
sem conta, sem dinheiro,
mas com alegria.
Ruim era quando papai parava,
dizia: "vamos pra casa",
e tínhamos que parar,
mas era bom, porque já tinha sido,
o de se alegrar.
A Lei do pai, eu reclamava,
hoje, infelizmente lamento,
mas é bom, porque assim,
houve discernimento.
Consciência eu não sei,
isso é coisa de negação,
bom mesmo, era a sabedoria,
da população.