NA FALTA DE NÓS
Quanto mais amamos maior as
saudades, da pessoa amada.
É como que uma solidão sem fim
e na falta de nós,
foge-me toda a energia.
Dessa forma, tentando amenizar,
este estar completamente
sozinho, socorro-me de tua
lembrança e traço a traço,
traço-te no mais alto de mim.
Como defesa, talvez me venha
o egoísmo e o ser parcial,
usando-te sem pudor nem
pedir licença, roubando-te a
esse algures, que desconheço.
Minha poesia torna-se então
numa súplica atroz e sofrida,
recriminando-me,
pelo respeito que me devo e
a ti, jogando meu peito na porta.
Esmurro o cinzeiro até sangrar
e concentro-me ferozmente,
na força desse amor.
E olhando-me no espelho,
tento serenar minhas angustias.
Chamam-me de poeta maldito
ou de poeta do povo,
pois das coisas falo as verdades,
que a justiça é cega e sem voz,
então não me ponham estigmas.
Nem repudiem quem vive para
e seu amor e o amor que tem
por todas as pessoas, apenas
precisando que deixem em paz sua
mente, que não para de trabalhar.
Onde meu amor, que não te vejo,
neste meu quarto vazio,
esperando uma palavra tua, um
sorriso…
Preciso voltar a estancar o sangue.
Jorge Humberto
01/08/09