réstia

a poesia me adormece,

vicia, entorpece,

contamina

como uma anfetamina,

LSD ou uma droga

que entra na nossa cabeça

e faz com que a gente esqueça

que a lua parou de brilhar,

que o mar se cansou de sorrir,

que o sol não está nem aí

se a terra parar de esquentar,

que não adianta correr

pro campo pra ver a esperança,

que a boca da fome é o buraco

que cabe na ponta da agulha,

mas que a gente quer que aconteça

no fundo a pontinha do amor

Rio, 16/07/2009

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 29/07/2009
Código do texto: T1725106
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