réstia
a poesia me adormece,
vicia, entorpece,
contamina
como uma anfetamina,
LSD ou uma droga
que entra na nossa cabeça
e faz com que a gente esqueça
que a lua parou de brilhar,
que o mar se cansou de sorrir,
que o sol não está nem aí
se a terra parar de esquentar,
que não adianta correr
pro campo pra ver a esperança,
que a boca da fome é o buraco
que cabe na ponta da agulha,
mas que a gente quer que aconteça
no fundo a pontinha do amor
Rio, 16/07/2009