COLÍRIO

Hoje, diva louçã,

de ti meu olhar saudoso

quis saber notícia.

E foi dar justo

no ‘close’ do desfiladeiro

dos teus ebúrneos seios.

Aquelas lindas dunas

de que já te passeei

num poema, agora dormidos

versos como pão de ontem.

De ti, bela mulher,

a doída saudade minha

não cessou ainda.

Contudo, meus olhos

tiveram teu melhor colírio.

Hoje, meu olhar te quis

desvendar uns mistérios.

E te soube notícias...

E em ti foram medicados

os meus enfermos olhares.

De modo o mais distante.

Maneira estapafúrdia.

Inconstante.

Paliativamente.

Telepaticamente.

Com efeitos colaterais à vista.

Fort., 30/06/2009.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 30/06/2009
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