Brando Pesar

Se me perdesse a cada dia

não me acharia jamais

de tão diferente que seria

Sou hoje o que não era mais.

Sou borboleta, sou grão,

Sou mar, brisa, vulcão

Sou a chuva que inunda os olhos,

A andorinha do verão

Fui fantasma, fada madrinha,

hoje sou eterno, vão...

daquele mesmo mar e brisa

daquele mesmo ardor de vulcão

Da vontade de ser criança,

da tempestiva maldição,

Não achei o mapa, tesouro

Só minha eterna solidão

Daquelas florestas, mil flores,

sorrisos, frutas... Cantais!

Não me lembro bem o nome,

Que escrevi nos bambuzais.

E tudo tornou-se lembrança,

Recortes, revistas, postais,

Já não sinto mais o frescor,

das flores dos laranjais.

Tati Nantes
Enviado por Tati Nantes em 12/04/2009
Código do texto: T1534720
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