Retorno
Esquadrinhei minha mente e ouvi todos os sons
Nos corredores, imagens, dançavam em câmera lenta,
Em cada canto, um personagem ganhava vida, dominante
No canto uma rede, balançava, ao som de uma canção dolente.
Minha avó, sorrindo, convidava-me apressada :
_Vem, é hora de contar estrelas, as fadas nos esperam!
E todas as crianças, em correria, tomaram seus assentos.
O Era uma vez... palavras mágicas, os corações aceleram.
A tudo vi e ouvi embaraçada,
Não mais expectadora desse teatro,
O destino brincalhão pregou-me uma peça
Trouxe de volta meus fantasmas do passado.
Bons fantasmas, camaradas, eu diria,
e sem medo escuto-os a gargalhar os meus segredos
de menina e adolescente atrapalhada
que se escondia , escrevendo , em degredo.
Fátima Mota ( a casa onde passei minha infância)