DE QUERÊNCIA EM QUERÊNCIA:
De querência em querência:
(quem quiser, me puxe as orelhas)
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Os anos se passaram
Quase sem eu perceber
Os amigos, longe foram viver.
Eu também, minha casa, deixei.
Fui viver de querência, em querência,
Sem saber, o que eu procurava.
A idade avançou de pressa
Não teve dó, me fazendo sofrer.
De saudades, quase vim a morrer.
Tudo porque um dia minha casa deixei.
Para andar, de querência em querência.
Sem jamais encontrar, o que procurava.
Minhas vistas foram nublando,
Já cansado não sabia o que fazer.
Só pedia a Deus que me deixasse viver
Para ver de volta a casa que um dia deixei
Por isso, eu vivi, de querência em querência.
Busquei, sem saber, o que eu procurava.
Hoje regresso sem nada encontrar
Na minha mala, nada tinha pra eu trazer.
Alem da dor, e esta vontade de voltar a ver.
Esta casa que um dia, sem pensar eu deixei.
Apenas pra andar, de querência em querência.
Deixando aqui, o que lá fora, eu procurava.
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De querência em querência
Eu andei, por este mundão afora.
Buscando lá, o que eu tenho agora.
Sem reclamar, que, minha casa deixei.
Não vivo mais, de querência em querência.
Meu lugar é aqui, não lá, por onde eu andava.
Volnei R. Braga