Saudade de infâncias
Saudade de quando tudo era grande
Grande e onipotente
E eu grão de areia
Minha casa enorme,
hoje não mais me cabe
Minha quintal, grande selva
que tal qual Tarzan
pendurava-me na jabuticabeira,
dera lugar ao cimento da garagem
Meus anos, intermináveis
já quase voam na velocidade da luz
Roupas de mãe, largas
Já não me passam os joelhos
Minha cidade que tanto desejei explorar
Já não me cabe nos bolsos
Saudade das imensidões,
dos piões,
dos piques-pegas,
cai no poço, salada mista
Saudade de esperanças
Saudade de infâncias