MENINA II
Do vestido bordado,
De tecido de algodão,
Com ramos tão delicados,
Daquela flor da paixão.
Correndo pelas calçadas,
Jogando amarelinha, queimada,
Nas ruas movimentadas,
Da sua Piracicaba.
Menina feia, desconjuntada,
Que sabe ficar contente,
E sorrir mostrando os dentes,
Quando vê a sua frente,
Bruno, o vendedor de biscoito.
" Polvilho doce ou azedo,
Biscoito, coito, coito"...
Esse italiano engraçado,
No seu falar cadenciado,
Pelas crianças amado,
Carregava o seu fardo,
Sem saber foi tão querido,
Jamais será esquecido!
Sua pequena freguesa agora,
Ao ver passar o tempo,
Procura lembrar a história,
Desse personagem surreal,
Figura quixotesca,
Sem Rocinante e sem moinho,
Sem Sancho Pança, e sem Dulcinéia,
Mas, conhecia cada pedaço.
Do seu saco de biscoito de polvilho!