Rastros e saudades

Ao sentir o pé no estribo, meu tordilho estremeceu;

Meu coração fica aí, quem parte agora sou eu.

Me alcança um mate de estribo, minha prenda, eu não demoro.

A tropear me vou gritando, pra que não vejam que choro!

Entre o campo e o céu azul, nas léguas de liberdade,

Ficam rastros e carreiros, carregados de saudades...

A pena que ando penando, mais dura não pode ser,

Ter olhos para chorar, sem tê-los para te ver...

Quando bem longe, minha prenda, vou te imaginar na aguada

Sonhando sorver teus lábios, num beijo além dessa estrada.

Pelos pousos e galpões, ficam ânsias mal dormidas,

Segredadas ilusões, no tranco largo da vida.

O preço da estrada longa é bem maior que a distância,

Sofre comigo a milonga, querendo voltar pra estância.

Melodia de Vitor Amorim