Saudade incontida...
Tão poucos dias nos separam...
Mas parecem anos de esperas
Pela tua presença, aqui e agora!
Minha amada que partiu mundo afora...
Saudade do gesto... Da palavra amiga que aflora
Ah! Como me faz falta o riso... Que foi embora
Anseio inquieto por qualquer de teus avisos
Rebobino a tua imagem... Tuas traquinagens
Tudo aqui se fez vazio... Após a tua viagem
Estou mutilado... Meio sem coragem
Imobilizado... Inerte... Desconsolado
Nem suspeitava... Ou sequer imaginava
O tanto quanto eu te amava
Estou faminto... Sedento de notícias
Engulo as horas... Revolvo a cachola
Sofro uma saudade louca... Moleca
Devolva a minha paz... Menina sapeca
Mate esta tristeza e reponha a alegria
O ar de meus pulmões... Minha emoção...
Tomara que chegues logo... Doce paixão!
Não suporto e sufoco com a tua ausência
Nem sei mais o que faço... Estou qual bagaço
Espero que retorne logo... Alivia este cansaço
Quero meu ‘eu’ de volta... Aqui neste pedaço
Será que você sente o mesmo por este moço?
Ou vai ver já me esqueceu e trocou por outro...
Nem se lembra mais das juras de amor eterno
Dos nossos versos trocados madrugada afora
Na boca calada e silenciosa das noites enluaradas
Ouvindo os acordes das nossas vozes roucas
Acompanhadas só pelas músicas e canções
Enquanto versávamos poemas e orações
Então... Venha aquietar as minhas pulsações...
Continuo e serei sempre teu em devoção
Aos teus pés quero ouvir uma declaração
Para que eu saiba que é meu o teu coração
E se os versos não te agradaram... Você é a culpada!
Quem mandou levar junto contigo a minha inspiração?
Hildebrando Menezes
Nota: Em homenagem à água que passarinho não bebe (Risos).