Saudade
Vem de dentro de onde não sei
Vem crescendo por dentro e não sei
Corroendo aqui dentro e já nem sei
Sinto surgir na ponta da língua essa coisa
Que vem de dentro e falo
Falo da vontade de presentear meus olhos com sua imagem
De calar minha boca em teu beijo
Descansar no macio dos teus braços e calo
Sai de mim desejo constante de ter motivo
Mesmo que errante, quero motivo
Uma razão qualquer, mesmo que banal
Quero ter
Saiu de mim aquilo que vinha de dentro e ía corroendo
E crescendo e que então surgiu e saiu
O que sobrou da vontade imensa,
Da ausência,
Das palavras?
O que foi vindo e destruindo?
Nada.
Não foi nada.
É apenas saudade e sinto.