Chorare
Ao meu Poeta, Fugidio.
Será que te reverbera, em estranhas sintonias, aquilo que sinto?
Será que sentes as lágrimas
do precipício de minh´alma?
Será que percebes a distância
que me implora à vida,
as fontes de Hécate que não mais jorram em solitude?
Será que pressentes aquilo que sonho,
quando sozinha,
te procuro nas sombras de meu desejo?
Será que pulsa em tuas entranhas cada suspiro
que, ao vento fugidio,
na sofreguidão do presente,
me assola as brumas do coração?
Ana Perissé