A Paz
A paz que eu sinto agora é o que denomino felicidade.
Não a paz de ter, mas de ser. Não de ser alguém famoso, importante, mas de apenas ser.
Quando cai, meus olhos se abriram e encontrei a paz.
Quando me magoaram, chorei, chorei, mas passou. Criei falsas expectativas que ninguém prometeu preencher.
A paz que eu sinto agora advém de uma consciência tranqüila. Não de fazer sempre o certo, porque seria mesmo impossível. Mas de buscá-lo constantemente, fazendo o melhor que posso.
A paz de olhar o catedrático e o mendigo e me ver nos dois. De saber que se alguém chegou lá, eu também posso. Basta eu ter uma motivação. De sentir a dor que não é minha, mas que poderia ser.
A paz de saber que somos todos iguais e ao mesmo tempo tão diferentes.
A paz de entender que a cólera não convence ninguém. E que não posso mesmo convencer ninguém de nada. Posso derrubar alguns frutos que já estão maduros, plantar algumas sementes. Mas o fruto é obra do tempo.
A paz que conseguirmos alcançar individualmente é a que será capaz de mudar o mundo. A paz que conseguirmos sentir, vivenciar, é a que podemos compartilhar. Pois o mundo é o conjunto de todos nós.