ESTOU TRISTE
Sensação estranha me invade,
Prisioneiro sem cometer desatinos,
Transgressões não os cometi,
No entanto a tristeza me abate,
E procuro as razões porque isso acontece.
Consulto meu coração parceiro,
Companheiro de tantas vivencias,
E ele num sussurro como que temeroso,
Diz as razões para tantas evidências,
Escancaradas diante de tantos noticiários,
E a mídia até parece se regozijar,
Fartas as noticias diante de tantas desgraças,
Que para ela dá Ibope e tem público até cativo,
E jornalistas até parecem entrar em êxtases,
Noticiando a propagação de um vírus assassino.
Fazem até pesquisas como disputas eleitorais,
Vitimas de ontem que aumentaram do dia anterior,
Porcentagens medidas para mais ou para menos,
E num mural que a tecnologia está permitindo,
Vem as estatísticas perversas que me entristece.
Estão contaminados tantos cidadãos brasileiros,
Crianças, jovens, homens maduros e os idosos,
Estes mais suscetíveis até de perecerem,
Pois são pessoas em situações de riscos,
Mesmo sendo dóceis e amados pelos netinhos,
E num canto isolados não podem nem brincar,
E sofrem pois deixaram de ser crianças,
Relembrando as lembranças de outrora.
Vem depois os que sofrem nos Hospitais,
Entubados em seus leitos de dor,
Buscando o oxigênio que dá vida e está lhe falando,
E respiradores suprem em parte seu desespero,
Com máscaras que parecem até lhe sufocar
E essas estatísticas estão também aumentando.
Vem depois a parte mais perversa das pesquisas efetuadas,
Vítimas fatais que morrem pelo vírus tão perverso,
Invisível, mas que toma todos os órgãos vitais,
E os pulmões são onde se banqueteiam,
Tomando de assalto um órgão vital para a sobrevivência,
Onde se aspiram até o perfume das flores,
E essas vitimas fatais são enterradas sem dignidades,
Às pressas sem as despedidas dos entes queridos,
Que choram à distância sem poder se aproximar,
Diante dos perigos da propagação da doença,
E as estatísticas também estão aumentando.
Até que entendi porque as tristezas me abatem,
Pois esse vírus tão perverso não respeita classes sociais,
Até os poderosos podem se contaminar,
E em casos extremos perdem suas vidas,
Não importando suas riquezas materiais,
Mas meu coração pende mais para os pobrezinhos,
Confinados em míseros barracos onde se amontoam,
E nem máscaras protetoras podem adquirir,
Diante de suas pobrezas onde um níquel vai lhe faltar,
E as estatísticas das pesquisas continuam a aumentar,
Parecendo uma ferrenha disputa
Entre candidatos para as próximas eleições eleitorais,
Com pequenas diferenças para mais ou para menos,
E diante disso meu coração se acalmou,
Só pedindo à Deus que o COVIS num repente suma,
Como surgiu sem saber de sua origem real.
Jairo Valio - 17-08-2020