Entre o morno e o sensato.

E de tudo, tantas são as certezas de que nada é assim tão certo!
De luto, as tênues correntezas mostram, nada é assim tão perto!
De tanto, como tatuagem, cravam-se nas almas, nichos de desejos...
E tudo é tão humano, falho, como quem maneja, o velho realejo!
Homem, um vulcão adormecido, a preparar calado os seus ensejos...

As dimensões se encontram e se perdem, entre o tudo e o nada,
São tantos os sonhos a nascerem e morrerem, pelas madrugadas...
Peleja o homem, em busca da verdade, com foco na cientificidade,
Robotizam-se, cantam mantras, adonam-se das incontestes verdades.

E de tudo restam as lutas, de um lado os sins e do outro, os nãos.
Saídas não serão pelos extremos, e sim em meio aos tímidos vãos...
Remos não se movem com as mentes, mas sim com calejadas mãos,
E tudo se resume em escolhas, plantios, colheitas, ação e reação,
São temerosas as certezas, é o científico conclamado com paixão.
Coexistência pacífica? Só com humildade e o abandono da razão.

Vague entre os éticos direitos, que o livrará da vil intransigência,
Não se arvore em destilar razões, nas já envenenadas ambiências.
Seja vetor de paz, não aviste o mundo apenas com a tua sapiência,
O planeta lhe implora compaixão, sufoque tão ferrenha resistência!

E de tudo, tantas são as certezas de que nada é assim tão certo!
E não tão certamente, de certo, perspicaz amigo brilhante e dileto,
Mas é o que captam os olhos sensatos, tementes, lívidos, abertos:
As verdades são caravanas de ouro, a transporem infindos desertos...