sarau patético
sarau patético,
mas foi ético.
só nós dois:
falava um poema pra você
e você um pra mim.
nada dizíamos depois,
apenas sorriamos
ou nos emocionávamos
levemente.
em nenhum
momento estático,
o sarau chegou a ser
performático no fim
sem que o quiséssemos assim.
pra quê mais tanta alegria?
são coisas da poesia.
antes de sair,
ainda tivemos que pegar
o microfone esquecido
sobre a mesa e a caixa de som
atrás do banner do grupo,
com aquela sensa som
de que tudo foi tão bom