CÂNTICO DE PAZ
CÂNTICO DA PAZ
AUTOR: Paulo Roberto Giesteira
Se os homens não cortassem nenhuma das árvores,
Embiús, imbaúbas, cabuís, maricás, cabaças, abricós,
Flamboiãs, cajueiros, arueiras, guiné-pipius ou arnicas...
Não teria como espécies indiciadas as desaparições.
Se os homens não matassem nenhum pássaro,
Juritis, socós, joão-de barros, sanãs, embús, bentevi,
Cambaxirras, mariquitas, tizius, culeiros, canários, sibiriris,
Saíras, sabias, periquitos, azulões, avinhados, cabloquinhos...
Destes o mundo estaria repleto de diversas belas canções.
Pacas, tamanduás, cotias, preás, mão peladas, sapos, rãs,
Pererecas, coelhos, jaguatiricas, cuícas, capivaras, tatus,
Macacos, gambás, micos, saguis, gambás, jacarés, urutus...
furões, suçuaranas, ariranhas, onças, sucuris, surucucus...
Se os homens cumprissem as todas as ordens a réis,
A primeira beleza retornaria para este mundo,
As serras, montes ou morros permaneceriam com os seus viés,
Como de planaltos a altos por saliência a corcunda.
Pra que teria que haver mais guerras,
Iriam estar em paz as armas, as rivalidades,
As ganancias e as entrepostas ambições;
Pouco serviriam as conferencias,
De nada teríamos de desacordos ou divergências.
Esqueceríamos das incomodas turbulências.
Deque nada restaria das indesejáveis dissidências.
Mares, montanhas, vales, becos, cantos, lados,
Pedreiras, cachoeiras, cascatas...
Arrabaldes, lugarejos, cidades, estados...
Campos, bosques, parques, matagais, florestas...
De nada precisaríamos de finanças ou dinheiros,
Das crises ninguém saberia nem do seu cheiro.
Folhas caídas sendo varridas e recolhidas dos interiores dos terreiros.
Acordos surgiriam as dialogadas concordatas,
No tempo previsto por se aprontar dentro das combinadas datas.
Farinha de mandioca, milho de fazer curau ou angú,
Bertalha, bunda de mucambo, caruru,
Mangalos, carás, gengibres ou guandús...
As águas potável dos rios estariam puras,
A pureza seria de cá de baixo até as alturas.
Porque quem recebe as consequências de toda estas loucuras,
Por final será o extermínio de todos nós como desaparecida criatura.