PALESTINA

POESIA 1

PALESTINA

Criança na Palestina

Nasce sem esperança, sem futuro

Num campo de refugiados

Só conhece a voz do ódio

Como poderá plantar flores

Se apenas semearam ódio

Sobre seu corpo inocente?

Criança na Palestina

Como poderá sorrir

Se só lhe ensinaram o caminho

das lágrimas?

Ela via os aviões de combate passar

os tanques, os helicópteros

viu aquele vizinho que

voltou para casa num ataúde

seu Pai sumiu, dizem

estar numa prisão fria

não se sabe onde

seu crime: Querer uma vida melhor

para seus filhos...

Criança Palestina

vive com a mãe e os irmãos

não lembra qual foi o último

que comeu carne

mais se lembra da fome

pois ela está todos os dias

a mostrar que a vida não é um paraíso

é um inferno

Criança Palestina

alma faminta pela luz...

POESIA 2

IRAQUE OCUPADO

Não há mais luz

nas minhas montanhas e nos meus desertos

o inimigo apagou a luz

plantou o ódio

pai entrega filho

irmão prende irmão

a morte é nosso pão e nossa água.

Onde está o rebanho de ovelhas

a caravana de camelos

a tenda dos beduínos no deserto?

Todos se foram

os Helicópteros, máquinas de matar

afastaram todos

morte vomita ódio.

Onde está o JARDIM DO ÉDEN

a dança da odalisca

os contos maravilhosos das l.001 noites?

não há mais dança, nem contos, nem jardim

só há cemitérios

famílias destroçadas

barões do petróleo resolveram dominar o IRAQUE

calar seus filhos

sufocar suas crianças.

Quando a guerrilha mata um invasor

chamam de terrorista

mais quando eles matam não é, é pela democracia

que democracia pode traçar um caminho com sangue?

que democracia pode sufocar o sorriso de uma criança?

POESIA 3

BAGDÁ

SANGUE E DOR

Numa figueira de uma praça

em Bagdá, meu pai morreu

eles vieram lá de cima

aviões de combate

despejaram suas bombas

não queriam saber se éramos felizes

ou uma família ansiosa pela luz

as bombas falaram mais alto

violaram vida

mataram meu progenitor...

Falaram em democracia

mais o que vi foi o sangue

a morte pelas ruas...

Pegaram Saddam num buraco

mais se esqueceram que todos

os dias nós, simples cidadãos iraquianos

vivemos num buraco

buraco da fome

do medo

da angústia

da morte...

do parente que se foi...

Buraco da incerteza

porque eles ocuparam nosso país

e o que querem?

Enquanto nos prometem o paraíso

a tal democracia

nosso petróleo se escoa como sangue

que corre fora das veias

quando o ferimento é profundo...

vi eles semear bombas

na mesma hora em que falavam em paz e democracia...

O povo americano também é vítima de seus governantes

Pois eles pintam para o povo americano

Um quadro de luz

Enquanto nos aqui mergulhamos no inferno

Não falam a realidade de uma guerra cruel.

POESIA 4

SOLDADO TRAÍDO

Eles me falaram que eu ia

Levara paz, o progresso, democracia

Mais vi meus amigos levando a morte

a dor, as feridas profundas...

Me falaram

será só um passeio

é só alguns dias e você voltará para a família

mais já estou aqui a anos

e a cada dia a dor é mais profunda

o ferimento do povo

tanto americano como iraquiano

sangra mais

a cada dia a dor me isola da família

me faz ingressar

num mundo de agonias e pesadelos

onde os sonhos são sufocados

a alegria é frustrada.

Eles me disseram

o inimigo está em cada esquina

em cada rosto

a guerrilha é fatal, cuidado

mais vi apenas rostos cansados

rostos famintos

exaustos pelo trabalho

querendo ganhar a vida

levando o sustento a família;

eles me disseram

atire no inimigo antes

que ele destrua você

mais em quem vou atirar

se meu maior inimigo é quem me mandou para cá?

Destruíram minha juventude

mataram minha família

tiraram meus amigos de mim

trouxeram a dor

a angustia

SOU SOLDADO AMERICANO

CONFUSO E SEM RUMO;

POESIA 5

LIBANO

Guerra, sangue e morte

massacre de QANA

eles ordenaram o fim do HEZBOLLAH

mais no caminho estão as crianças

corpos despedaçados

crianças de pijamas

esquecidas pelos ocidentais

enquanto eles gritam no poderoso ocidente

destruam o HEZBOLLAH

destruam o HAMAS

Avancem

as crianças morrem

o sangue jorra

e toca o chão

Na cidade onde JESUS transformou a

água em vinho

eles transformam vidas em sangue...

QANA

o primeiro milagre de JESUS

se converte no terror da guerra

terror do século XXI

os mísseis são atirados contra ISRAEL

há mortos, muito sangue

mais enquanto revidamos na mesma moeda

matando do outro lado da fronteira

não haverá paz

só o inferno da guerra

inferno aberto

tortura

sangue e morte

o inferno é aqui

em cada criança que agoniza...

POESIA 6

QANA

Jarro despedaçado

quebrado, sobre os escombros

sangue e morte

o jarro do vinho que CRISTO

multiplicou

agora está quebrado

jorra o sangue das crianças

mortas...

abraçadas a seus filhos

as mães de olhos esbugalhados

queriam protege-los do horror da morte...

primeiro foi a explosão

depois o som do prédio caindo

então elas abraçam o filho

querendo protege-lo da morte

mais é inútil

estão mudas e inertes diante da morte

ela desce do céu

e quebra os jarros...

o sangue se espalha

se mistura a terra e lodo

onde pisou CRISTO à 2.000 anos

veio trazer a paz, mais até hoje

o homem não aprendeu a amar.

POESIA 7

SANGUE ÁRABE

(UMA SÁTIRA DA GUERRA)

Dá uma gota de sangue árabe

para o ocidente crescer

penetrar no século XXI

como nações poderosas

com o domínio do petróleo

o sangue da terra

o sangue que move o mundo

domínio dos bancos e corporativas.

Dá uma gota do sangue árabe

Talvez sejamos felizes

e possamos chegar ao auge

de nossa ganância

sentindo que temos o mundo nas mãos.

Dá uma gota do sangue árabe

do que vale o sangue árabe

se embaixo dele corre o ouro negro

o ouro que toca nossa economia

que nos torna ricos e poderosos.

Sim, construamos bombas

aumentamos nossas riquezas

queremos mais uma gota do sangue árabe

para aumentar nossas posses...

mande até eles a democracia

em cada bomba

em cada criança mutilada

dá uma gota do sangue árabe

vamos ficar bem com nossos eleitores

cada gota de sangue árabe

é um ponto para o nosso mandato

dá uma gota de sangue árabe

enquanto eles falam em DEUS

nós construiremos uma escada para o

INFERNO.

LAMECH
Enviado por LAMECH em 23/12/2006
Código do texto: T326467