Eu sou o Destino

Minhas imensas velas sopraram mansamente,

tanto que beijei a voz dos mares com melodia,

a marujada pelos líquidos do Mistério ardente,

a imortal, que céus e céus borda de harmonia!

Andarejando flor ou abismo tateando,as almas

por Deus paridas me cumpriram como Destino

entre maus percalços,surpreendentes teoremas,

aos quais somou-se o amor divino.Sim, divino!

Alinhavado, rasgado, reestruturado sempre fui,

generosament’apaziguando cada vivência erma,

inteira colorida com o Sentimento bom que flui

do âmago sementeiro até a etérea e pura chama!

Rechaçado e por vezes renegado, fiz chorarem

esparsos desbravadores deste mundo do futuro,

que um dia, se não agora, seus ideais sonharam

e creram e transcenderam o ventre da escuridão!

Sentimentos antagônicos nasciam or’exultantes,

quando eu, ‘Destino’, confrontava só as alegrias,

porém o caos alcançavam os entes inconstantes,

hesitantes, oscilando na opção de melhores vias!

Quando cada qual somente souber compreender

que a primavera perfumada sempre tem sua hora,

e liberar seu genuíno amor, o capaz de florescer,

a bela seara frutífera impregnará todo o seu ser!

Passos trôpegos se farão a firme marcha em Luz,

sobrepondo os látegos remotos, cicatriz amorosa

da alma que sonhou, que creu e agora se conduz

conciliada ao Destino certo, tornando-a gloriosa!

Apenas banindo a hirta revolta árida e inoperante,

todos me aceitarão como o vergel mais iluminado,

afável, essencial e maturativo do ínfimo instante,

o mais belo Destino do mundo, creiam,do mundo!

Santos-SP-14/10/2006

'Inspirado no poema 'As pegadas do destino'

de Roberto Passos do Amaral Pereira

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 14/10/2006
Reeditado em 14/10/2006
Código do texto: T264398