Estação da Paz
Empresta ao raio enluarado que te enleia
a brandura etérea e plena jamais sentida,
a que a piscina dos teus olhos luz clareia
e emudece a tua voz nas das madrugada!
A fímbria se encanta divinamente e vibra
aos sagrados sentidos de alma andarilha,
cuj’ energia recende, tal incenso à sombra
do bosque que o céu constela e maravilha!
Para que cada peito humano pulse emoção,
desprende os cachos da ambrósia secreta,
fertilizada no vergel de teu meigo coração
e os libere nas sendas da melodia bendita!
Desata o ouro dos teus lábios de borboleta
mal surgida da lesma missionária e augusta,
para sonharem as ninfas com o mago beijo,
glorioso enlace de céus e terra, em cortejo!
Rasga os silêncios solitários com a melodia
da paz odorante e balsâmica da tua lágrima
e desperta a tristeza preferida da harmonia,
contra os vilões d’amor em existência erma!
Aponta tuas pontas de Luz para a bonança,
como a estrela incandescente que dardeja
a chama reflorescida de infinda esperança,
para que a graça tombe a fúria que troveja!
Pasma o teu ópio como o vício monstruoso,
uivando e sorrindo par’esse cosmo fabuloso
e sangra as serpentes do inferno até a seca,
irrigando os seres de fosforescência branca!
Passeia o bálsamo dos oceanos da bondade
pelos corações carentes da calma claridade
de teus cantos. Invade o casulo dos anseios
e abre as portas azuis dos santos Mistérios!
Santos-SP-11/10/2006