UMA TARDE NO ASILO
Um olhar vazio, de saudade.
Rostos, pelo tempo marcado.
Um sorriso de esperança,
Talvez voltado para a lembrança
De um tempo feliz do passado.
Traços que o destino marcou,
E o tempo cuidou de anotar.
Nossos avós, pais, alí estão,
Também está nosso irmão,
Na ânsia incontida de nos abraçar.
Em teus olhos hirtos, sem brilho
Apagaram-se os ideais.
Hoje só resta a saudade
Da jovem dona Mocidade,
Mocidade que não voltará jamais.
Esteios da vida que foram,
Vidas de lutas e sofrimentos.
Vemos nestes semblantes sofridos,
A mensagem do amor banido
Enviada sem mágoas, sem lamentos.
O riso que trazem no rosto,
Parece o riso da conformação.
No aconchego do lar que o acolheu
Dos abraços que aquí recebeu,
No calor do humano coração.
Uma tarde no asilo...
Visitando nossos irmãos do passado.
Beijo estas mãos benditas, calejadas,
Mãos santas, de lágrimas molhadas,
Do pranto de "JESÚS" derramado.