AS FÔLHAS DOS CANAVIAIS

Quando nas noites estreladas

Em minh'alma sofrida e amargurada

Vem à lembrança coisas que não esqueço jamais..

Conteplando as estrelas no céu

Sinto no ar o sabor do mel,

E o murmúrio do vento

Nas fôlhas dos canaviais.

Minha terra cercada pelo verdor

A natureza transpirando amor,

Esperanças que não morrem jamais.

A noite de lua cheia e enamorada

Juras de amor por ela inspirada,

Na doce canção do vento

Sôbre as fôlhas dos canaviais.

A lembrança de um passado distante

Faz o pranto rolar abundante

Saudades que não findam jamais.

É assim a alma sofrida e chorosa

Sentindo a carícia terna e gostosa,

Do sopro do vento

Nas folhas dos canaviais.

Mesmo que eu sofra as piores chagas

Não quero morrer em outras plagas

Por isto te peço, hò Vate, cantai.

Não permita que parta daquí

Pois da tua vóz quero ouvir,

A canção do vento

Nas folhas dos canaviais.

Hò! Tu que me inspira, minha Musa,

Não permita que minh'alma reclusa

Parta, sem alcançar os ideais.

De sentir o murmúrio do vento

Cantando a canção de acalento,

No sublime balouçar,

Das folhas dos canaviais.

Ademar de Paula
Enviado por Ademar de Paula em 15/10/2010
Código do texto: T2557970