Horizonte Solar

As palavras, signos vivos

Metáforas, metonímias, simbolismos

Oceano de sensações, emoções, campânulas

Sons de sino numa tarde úmida e solar

Pulsam nos corações dos habitantes

Da casa litoral cercada por um muro

Arejado de brahamazul, exaurido pelo movimento

Da (e)terna maresia dos elementos

Fluxo fugaz, vida vinda do horizonte

Palavras, pulsações azuis

Sinestesias, sentimentos antagônicos

Signos pulsando apascentados

Nutrem-se de "blues" tibetanos, harmonizados

No olhar da mulher que abre a janela

E percebe que o céu é o seu lar

E vê sua alma aproximar-se

Em ondas como se quisesse lhe afogar

Ilimitada e tênue quietude

Na pracinha próxima à praia

A infinitude perpassa a todos e a tudo

Os sons do bronze pulsando as horas

Simultâneas ao pulsar da emoção

Renova a espiritualidade do lugar

Através das palavras o poeta viaja para algures

Os períodos ficam, nascem, fluem no papel

Em direção a nenhures.

Renova na vida diacrônica

A nova geração desse mar. De emoções

O homem antigo, passeia antanho êxtase

Agora diáfano bruxuleio de sensações

Repetem-se nesta hora as rotinas diluídas

Na exuberância da vaga a marulhar

Na areia da praia raia outra vez

O luar primeiro, nunca rotineiro

A banhar a mureta branca

Caiada de argêntea cintilação

Simulando amparo à morada dos sonhos

Protegida pela estação de ondas, aeronavegação

O horizonte longínquo faz sonhar

Quantas criaturas extinguiram-se

Nessa casa de ondas brancas

Como o voar da andorinha imortal de asas brancas

Quantos pássaros sobrevoaram gerações de criaturas

De areia. Paixões nasceram de seus sonhos

E as palavras continuam depois a moldar a massa

Do homem a volver poeira no continuum do tempo

A história construída no pó do Absurdo e da Graça

Não fosse a palavra alada dos versos

Singrar o sangue da posteridade

E o signo homem, de outro tempo e dimensão

De Áries a Peixes, d´outrora, de todas as idades

Teria se diluído em nada

O sonho e a ilusão de todo esse azul

Ninguém jamais poderia espreitar

Da janela do tempo porvir

Os seres que habitavam a pequena vivenda

A mureta caiada do sol da soledad, maresia

De uma solidão serena, suave, sem nome

Pessoas comparsa das lendas do vento norte

Sócios das histórias de pescador

Mistérios do imaginário desse lugar de céu azul

O universo murmura na praia à velocidade da luz

E a pracinha ao lado

Também caiada de branco e "blues"

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 03/04/2010
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