Bucólica Ilusão
Na soledade tranqüila da natureza
Eu me encontro em devaneio.
As plantas nascem na pureza
Do solo e, em meio
A toda essa arborização serena,
A amargura é futilmente pequena.
Em plena tarde de verão
Os pássaros, as cigarras,
As nuvens e o céu verão
Que as sujas garras
Do abominável destino obscuro
Perecerão ante meu espírito puro.
Não há rastros do antigo
Clamor que afundou meu sonho.
Nem mesmo existe o perigo
De que eu volte a ser tristonho
Ou macabro como a Morte Certa.
Cá a vida é deserta!
Nesse esplendor do dia
Repleto de esverdeada beleza,
Não sinto a aglomeração sombria
Do meu passado destruído pela Tristeza.
Predomina a Paz da verdadeira solidão
Nessa minha cândida e bucólica ilusão.
*Poema escrito em Setembro de 2007, com algumas modificações.