Bucólica Ilusão

Na soledade tranqüila da natureza

Eu me encontro em devaneio.

As plantas nascem na pureza

Do solo e, em meio

A toda essa arborização serena,

A amargura é futilmente pequena.

Em plena tarde de verão

Os pássaros, as cigarras,

As nuvens e o céu verão

Que as sujas garras

Do abominável destino obscuro

Perecerão ante meu espírito puro.

Não há rastros do antigo

Clamor que afundou meu sonho.

Nem mesmo existe o perigo

De que eu volte a ser tristonho

Ou macabro como a Morte Certa.

Cá a vida é deserta!

Nesse esplendor do dia

Repleto de esverdeada beleza,

Não sinto a aglomeração sombria

Do meu passado destruído pela Tristeza.

Predomina a Paz da verdadeira solidão

Nessa minha cândida e bucólica ilusão.

*Poema escrito em Setembro de 2007, com algumas modificações.

Marcell Diniz
Enviado por Marcell Diniz em 27/11/2009
Código do texto: T1946978
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