PAZ

Paz,

que se desfaz com a guerra,

e cobre a Terra com manifestações.

Paz da natureza, das flores ,

dos babilônicos jardins,

dos lagos e mananciais,

das cores primaveris,

e das rosas imperiais.

Paz,

que é demais para quem vende armas,

e em cujos carmas se acumulam maldições.

Paz dos olhares,

de pessoas afins,

dos sorrisos abertos,

transbordantes de alegria,

dos sonhos despertos.

Paz,

que nunca mais foi conquistada

desde a saída compulsória do Éden.

Paz de elevados espíritos,

de almas límpidas,

de puras consciências

firmes e ao bem dedicadas,

sustentáculos de existências.

Paz,

que a guerra traz à lembrança

na esperança do advento final.

Paz do dinheiro,

da riqueza ostensiva,

da eterna bonança,

da fartura descomunal,

proveniente de herança.

Paz,

que jaz no fundo dos corações,

mas que em ações efetivas não se transforma.

Paz solitária dos mares,

tristemente ensimesmada,

paz do egoísta,

amarga e não dividida,

terrivelmente narcisista.

Paz verdadeira,

Paz de Cristo,

Paz Profunda,

que leva à harmonização.

Funda de Davi contra o Golias da ambição,

e contra as falsas mostras de “paz”,

tão habituais nos rituais,

que hoje permeiam

nossas relações sociais.

ANTÔNIO CARLOS TÓRTORO

PRESIDENTE DA ACADEMIA RIBEIRÃOPRETANA DE EDUCAÇÃO

Tórtoro
Enviado por Tórtoro em 12/05/2006
Código do texto: T155060