PAZ
Paz,
que se desfaz com a guerra,
e cobre a Terra com manifestações.
Paz da natureza, das flores ,
dos babilônicos jardins,
dos lagos e mananciais,
das cores primaveris,
e das rosas imperiais.
Paz,
que é demais para quem vende armas,
e em cujos carmas se acumulam maldições.
Paz dos olhares,
de pessoas afins,
dos sorrisos abertos,
transbordantes de alegria,
dos sonhos despertos.
Paz,
que nunca mais foi conquistada
desde a saída compulsória do Éden.
Paz de elevados espíritos,
de almas límpidas,
de puras consciências
firmes e ao bem dedicadas,
sustentáculos de existências.
Paz,
que a guerra traz à lembrança
na esperança do advento final.
Paz do dinheiro,
da riqueza ostensiva,
da eterna bonança,
da fartura descomunal,
proveniente de herança.
Paz,
que jaz no fundo dos corações,
mas que em ações efetivas não se transforma.
Paz solitária dos mares,
tristemente ensimesmada,
paz do egoísta,
amarga e não dividida,
terrivelmente narcisista.
Paz verdadeira,
Paz de Cristo,
Paz Profunda,
que leva à harmonização.
Funda de Davi contra o Golias da ambição,
e contra as falsas mostras de “paz”,
tão habituais nos rituais,
que hoje permeiam
nossas relações sociais.
ANTÔNIO CARLOS TÓRTORO
PRESIDENTE DA ACADEMIA RIBEIRÃOPRETANA DE EDUCAÇÃO